Sou o que
desejas. Sou aquilo que me lês. Sou um livro aberto e todas as páginas me
descrevem em poucas linhas. Sou o que o tempo quer, o vento deseja, a lua
espera, as estrelas procuram, as horas buscam, o mundo almeja e tu sonhas.
Sou para ti de tudo um pouco e um
pouco de tudo. Sou a mistura que o tempo reserva em pequenas porções e juntando
dá grandes e imensas devastações. Uma mistura de delicadeza e aromas, de
intensidades e buscas. Sou o tempo e o espaço unidos. Sou o bom e o mau. Uma
intensa orgia de pensamentos e imaginações.
Permite apresentar-me sem muitos
rodeios. Permite dizer-te em poucas palavras o que o sentimento acolhe. Permite
mostrar-te o que habita dentro de mim. Permite-me abrir as portas sem esperar
que lá fora haja alguém à minha espera.
Deixarei a porta totalmente aberta;
assim que sentires a vontade, entra. Apossa-te da cadeira que está ao lado
esquerdo da sala, caso não tiveres coragem de ir em frente. Caso tenhas,
adentre, siga o teu instinto. Estarei à tua espera.
Parece-te constrangedor? Não, não é.
Apenas o tempo determinou que assim fosse e eu acatei, agora sem medo. Agora
tudo deverá acontecer como o tempo havia previsto. Como ele mesmo determinou.
Sinto-me livre para seguir em
frente, sem medo e sem destino certo desta viagem.
Rita Padoin
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