Eu poderia me desculpar. Mas, me desculpar de que? Desculpar-me de algo que
talvez ficou esquecido em algum lugar distante? Desculpar-me, se nem tive um
breve retorno de uma espera que não sei se aconteceu?
Talvez me desculpar por me
culpar de um breve intervalo que ficou no passado. De um momento de imaginação
que ficou apenas gravado na memória do tempo. Assim são os momentos que não
aconteceram e permaneceram adormecidos na caixa das recordações.
Recordações de detalhes,
apenas detalhes e nada mais. É assim mesmo, fragmentos de vontades e inverdades
que surgiram instantaneamente e ao mesmo tempo se foram.
Queria que a loucura
batesse na minha porta e quando eu fosse abrir, ela me raptasse. Levasse-me
para um lugar sem nome, sem identidade, apenas um lugar.
Assim, teríamos o nosso
momento sem nenhuma interrupção. Assim, tudo seria como havíamos imaginado, sem
qualquer intensão.
São apenas imaginações de uma intensão sem acontecimento.
Apenas imaginações.
Rita Padoin
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