domingo, 27 de janeiro de 2013

QUESTIONAMENTO

Como me desfazer desta quantidade de amor armazenado dentro de mim sem sentir falta dele? Distribuir ao léu ou jogar tudo dentro de um enorme labirinto? Às vezes tento me livrar dele, outras vezes ele me alimenta. Às vezes me sinto inundada, outras vezes sufocada.

Preciso me desfazer desta grande quantidade antes que ele me mate.  Sinto-o como um fardo, me ferindo e rasgando meu peito feito um punhal. Outras vezes tão frágil e límpido como o ar que respiro para viver.

Sou na verdade uma vertente que alimenta um poço profundo e que transborda diariamente por falta de uso. Preciso doar um pouco deste amor ou serei alguém com uma grande quantidade de amor armazenado dentro de mim sem razão.

O mundo está enfraquecido por falta de amor. Acho que ele está todo dentro de mim. Vou explodir e esvaziar esta bolsa, soprar em todas as direções, talvez o mundo acorde cheio de amor.


Rita Padoin

                                                                                    

O DESPERTAR PARA A VIDA

O despertar para a vida é aquele momento em que acordamos e vemos que tudo foi calculado no tamanho exato. Rita Padoin

domingo, 20 de janeiro de 2013

MOSTRE-ME

Mostre-me o caminho que mais se compara com a vida de hoje. Mostre-me cada passo que leva a uma louca e doce jornada. Já que me censuras pelas minhas atitudes, mostre-me a melhor decisão a ser tomada.

A vida oportuniza sempre. Só que ela também deixa solta para que olhemos para trás e acertemos o alvo sem erros. Se os erros surgem, é porque há acertos ao longo da caminhada.

Busco o melhor para que a jornada seja tranquila, que aconteça como idealizamos. Os obstáculos não avisam para que os erros sejam evitados.

Portanto, seja racional. Irracionalidades neste momento não amenizam e nem ajudam a superar as perdas.

Sou assim, solta como as horas, livre como os pássaros, colorida como as flores. Sou tão livre que não consigo me achar à maioria das vezes, portanto, não coloque rédeas onde não tem como segurá-las.

O mundo me engoliu e agora pertenço a ele; minha jornada é tão passageira que se não souberes aproveitar ela evaporará sem que percebas.

Portanto, seja tão do mundo quanto eu, assim com certeza pertenceremos ao mesmo universo intenso e misterioso.

Rita Padoin
 

 

VENTO NO LITORAL - RENATO RUSSO


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

PORQUE MUDEI TANTO?


Porque mudei tanto? Cresci e me tornei adulta com responsabilidades e tarefas para fazer e organizar. Cresci sem ao menos perceber. Cresci e nem me perguntaram se eu queria crescer. Cresci e hoje vejo que não quero ser adulta, não quero esse crescimento que me fez ver e esquecer tantas coisas boas.
 
Esquecer que voava em cada canto deste universo. Esquecer que viver seria o ponto estratégico de cada linha definida. Esquecer que o amor é a base de tudo e que se não me proteger morrerei nesta selva; onde um mata o outro sem ao menos perceber que isso é algo ruim.
 
Esquecer que a minha felicidade é a felicidade do meu próximo. Que fazer o bem é a mais alta condecoração para se chegar ao trono máximo e receber as glórias. Esquecer que viver é dar e receber. Esquecer que os valores atemporais morreram.
 
Percebi que sou um planeta andarilho num universo obscuro, onde não sei se há ainda alguém capaz de lutar por uma causa justa. Percebi que o mundo se tornou capitalista e individualista, que a luta é apenas para cada um. Percebi que na amizade não existe mais a partilha e que quando existe é para benefício próprio.
 
Percebi que para vencer na vida é preciso tirar do caminho o amigo ou colega. Ele passou a ser adversário a partir daquele momento. Percebi que eu estava só num mundo que não reconhecia mais.
 
Percebi que muitas coisas foram se esvaindo de dentro de mim. O que eu via florido e luminoso foi morrendo aos poucos. Tudo ficou tão pálido, tão cinza e sem graça, que senti um aperto dentro do meu peito. Tenho a impressão que eu estou vivendo fora da realidade, fora de um contexto real.
 
Então percebi que a parte que ficou lá trás, era diferente. Era como se eu estivesse vivendo em outra dimensão. Num mundo a parte, colorido, sem guerra, sem raivas, sem ódios ou qualquer coisa que pudesse interferir naquele momento.
 
Hoje o mundo se dividiu. Uma parte ficou lá trás esquecida e a outra parte ficou comigo me atormentando. As duas partes se separaram como se uma não quisesse mais a outra por perto.
 
Esta parte que ficou sente falta da parte faltante. Era um tempo de alegrias, humildade, união, fraternidade e amor entre as pessoas. Faltou o pedaço que fazia o equilíbrio. Este equilíbrio movia o que tinha de mais sublime, o amor.
 
Hoje tento resgatar estes valores que morreram com o passar do tempo e que em algum lugar ficou perdido, esperando para renascer.
 
Ainda acredito no amor e na união entre as pessoas. Acredito num mundo melhor. Acredito na paz e na união.
 
Por isso vou lutar incansavelmente para que pelo menos ao meu redor o bom, o belo e o justo caminhem de mãos dadas tornando-me a cada dia uma pessoa cada vez melhor.
 
Rita Padoin

 

ROBBIE WILLIAMS - FEEL


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Inverdades

Inverdades sobre o que é verdade não têm onde ser distinguido entre eles. Ou é verdade ou a inverdade simplesmente domina sem dar espaço para defesas.
São as palavras dita sem pensar que me deixa irritada, sem uma defesa exata, sem um diálogo. Quero sempre a verdade por mais que ela doa, não me importo com a dor.
Estou acostumada com a dor, a dor muitas vezes me alimenta, é preferível à dor a uma alegria falsa. Odeio falsidade. Posso ser cruel muitas vezes, mas, é uma crueldade que mostra a verdade.
É uma crueldade que faz meu espírito sorrir de satisfação e meu peito ficar leve como uma pluma por lutar pela justiça e pela verdade. Sinto-me bem quando sou cruel, é para ajustar certos fatos errados que tenta me enganar, me fazendo acreditar na mentira descabida.
Quero lutar sempre contra as inverdades, as maldades, só assim serei eternamente um vento com direção exata. Só assim sentirei sempre este prazer que involuntariamente arrebenta os grandes e fortes muros da inverdade.

Rita Padoin