Vivo num lugar chamado
presente e que um futuro clama para ser desvendado. Vivo num mundo que não
consigo compreender. Convivo com pessoas que não me entendem. Crio uma arena
para me fortalecer e me compreender. Resgato de dentro do meu profundo passado,
histórias para contar.
Vivo dentro de
imaginações, eu sei. Mas o que seria de mim sem estas ilusões ou estes sonhos?
Creio no meu futuro. Creio que ele virá, mesmo sendo uma louca e frágil
insegurança.
De que adianta viver
este presente que nada me dá? Ele é uma mera ilusão de ótica que deturpa todo
meu sonho. Não quero viver neste mundo assim. Quero ter a certeza de que irei
resgatar cada limite de esperança.
De que adiantaria ter
tudo num momento e nada no momento seguinte? Como meu passo que deixa seus
rastros no passado e logo em seguida está no futuro? O intervalo é tão rápido
que não o vejo. Quero algo duradouro. Busco algo que some minhas vontades e se iguale
num todo.
Que simbólico atrevimento o teu de invadir
minha manhã e nada me oferecer em troca. Tua insistência me domina. Teus loucos
devaneios me atormentam, destroem meu escudo protetor. Ultrapassam minha
coragem e levam contigo minha força.
Sentes minha fraqueza e te distrais com ela,
não é? Saibas que não é fraqueza, é uma forma de deixar que penses assim.
Também me divirto com tuas ironias. São momentos que me elevo e me mantenho
sobre minhas rédeas.
Quero o teu presente misturado com o meu.
Quero a tua imaginação no meu real. Quero me desmanchar nas vontades e nos teus
desejos.
Vivo o hoje apenas...
Rita Padoin