sexta-feira, 29 de março de 2013

COMO ENTENDER

Como entender o mundo se estou há tanto tempo longe dele? Como entender se nossa relação ficou um pouco a mercê das mudanças repentinas?

Estou tentando me moldar de alguma forma. Tentando segurar sem que as mudanças interfiram no meu entender e os valores atemporais oscilem desestruturando toda uma contextura resistente. Há um desentendimento entre o mundo e eu.

Talvez eu não queira essa mudança. Talvez o mundo e eu estejamos querendo que tudo seja moldado para um único e absoluto caminho de certezas concretas. Talvez nada seja do jeito que espero. Talvez esta insegurança seja apenas uma linha imaginária. É tudo tão vago que não sei por onde começar a desenlear todo esse novelo de incertezas.

Preciso de tempo. Tempo para me reestruturar e analisar toda essa mudança que não consegui alcançar.

O mundo mudou muito rápido que se eu tentar seguir seu ritmo sem um planejamento ou uma parada, há uma grande chance de eu não vencer esta jornada.

Mesmo quando tudo ao meu redor pede calma, o mundo não para. Ele gira sem parar, sua velocidade interfere involuntariamente no meu interno e eu preciso acompanhá-lo.

Estou tentando me ajustar e sobreviver a este novo e desconhecido mundo cheio de mistérios.

Rita Padoin

IMAGINAR

Imaginar é deixar o pensamento voar entre as encostas das incertezas e aterrizar na planície da certeza. Rita Padoin  
 

quarta-feira, 27 de março de 2013

DESAPEGO

O que temos a perder? Nada. Nunca perdemos nada quando não esperamos nada de ninguém, quando a nossa capacidade de desapegar for maior que nossa fraqueza. Quando abrimos um leque de oportunidades e nos deparamos com a mudança que tanto almejamos.
 
Percebemos então que vencemos aquela batalha que estava travada há muito tempo. Que nos arredores deste mundo egocêntrico vive a sabedoria. Ela espera que nos coloquemos à disposição para crescermos juntos.

Viver requer força e coragem. Viver é um desafio. Viver é uma luta constante. Viver é desafiar a vida todos os dias.

Rita Padoin


quinta-feira, 21 de março de 2013

sábado, 16 de março de 2013

SOPRO

Estava num sono ameno e renovador quando fui acordada por um sopro que me levou a um caminho desconhecido. Trilhei este caminho na esperança de ter sido a melhor escolha. Busquei o que tinha ficado lá trás e esperei que a escolha tivesse sido a melhor.
 
Na verdade este caminho era apenas uma ilusão de ótica. Quando eu estava no meio do caminho foi que percebi que era apenas uma poeira invisível e que do outro lado não havia nada. A poeira cegou-me, como num temporal no deserto.
 
Perdida busquei forças para seguir em frente, já que voltar seria inútil. Peregrinei dias e dias e nada encontrei. Meu corpo doeu muito e meu coração ficou em pedaços. A dor do corpo passou, mas, a da alma custou a curar. A alma quando machucada sangra.
 
A viagem durou mais do que o esperado. Quando cheguei ao seu final percebi que tinha sido necessário todo este percurso. Acordei mais forte.

Percebi então que o trabalho pelo desapego deve ser cada vez maior. Que a interferência mundana entre o eu exterior e o eu interior deve ser travada.

Viver intensamente sem que nada interfira na minha jornada. Nada.

Rita Padoin
 
 

sábado, 9 de março de 2013

Vida Vazia

Tenho levado uma vida um pouco vazia eu sei. Não porque eu tenha escolhido, mas, porque há certas situações que me detém a isso. Procuro o preenchimento que defina cada parte de mim. Procuro o caminho que me liberte destas amarras.
Eu sei que é difícil desapegar totalmente e libertar as correntes que prendem meus pés. Sei também que ficar no auge sempre é necessária muita determinação.
Como também sei que viajar nas asas da vida requer sabedoria. Por motivos promíscuos tudo tem me levado a um mundo um pouco fora do planejado.
É um Mistério subjetivo que me mantém fora um bom tempo e é isso que me faz ver que a vida seja um pouco vazia.
Que a sabedoria me acompanhe sempre...que eu saiba determinar o melhor.

Rita Padoin

quinta-feira, 7 de março de 2013

NASCI

Nasci com vontades intermináveis. Nasci formada de alma. Nasci com a liberdade ao meu lado. Nasci sem regras e sem que ninguém acorrentasse meus pés e braços; e só percebi depois de muitos anos de luta.

Escondo nas palavras minha identidade por medo e insegurança. Ao escondê-las se tornam secretas. Tão secretas que para decifrá-las há de ser um especialista na área.

O que me deixa feliz é que tudo o que existe, existe com uma proporção exata. Nada maior ou menor, exatamente do tamanho que deveria ser. Sem regras. Nós colocamos as regras e tamanhos ao que deveria ser livre. Diferenciamos o que deveria ser indiferente.

Quando sento no colo da vida, interrompo meus devaneios e observo cada detalhe com determinação. Afirmo com todas as letras o que sinto, vejo e ouço.

Gosto da afirmação da vida, ela determina meus passos.

Rita Padoin

segunda-feira, 4 de março de 2013

FLASHDANCE WHAT A FEELING


MEDO

Se eu tenho medo? Não. O que é o medo perto do que eu quero, do que eu busco, do que eu imagino, do que eu sinto, do que eu sonho? Nada. Ele não é nada. O que é o medo senão o retardamento da coragem?

É apenas uma ameaça que psicologicamente quer dominar. Provoca reações químicas fazendo o corpo sentir uma adrenalina transloucada. Sou mais forte que o medo. O que me detém a certos fatos, me detém a muita imaginação.

Não tenho medo do medo. Tenho medo de mim. Do meu EU que assustadoramente reage com armas poderosas. Isso sim me assusta.

Quando abro as portas com a mesma intensidade que abro as cortinas da vida, o sol entra, o medo se encolhe e devagar vai saindo sem fazer nenhum barulho.

Assim vivo a cada dia com a coragem sempre ao meu lado.


Rita Padoin

sexta-feira, 1 de março de 2013

Força

O que nos mantém de pé é a nossa força de vontade, é a nossa persistência, é a nossa coragem de continuar. É a nossa segurança e a nossa determinação.
O que nos mantém vivos é querer ter algo ou alguma coisa que determina a nossa personalidade. O que nos mantém vivos, nos mantém determinados.
A vida sempre caminha numa direção com proporções indeterminadas para que determinamos o que é mais justo e bom para nossa jornada.
Que continuamos assim: livres, persistentes, corajosos, determinados, com força para buscar o ilimitado. Ir aonde ninguém tem ou teve a coragem de chegar e buscar.

Rita Padoin