sábado, 5 de abril de 2014

A DANÇA DA CHUVA

Sinto cheiro de terra molhada. Sinto cheiro de um tempo de mudanças, de um novo mês, uma nova época, um novo recomeço. A chuva cai lá fora calmamente, lava o horizonte e traz a saudade de uma época distante.
Nos braços do horizonte a chuva deitou-se e descansou. Lavou seus cabelos deixando-os macios e com as suas mãos delicadas abraçou seu corpo e adormeceram. Depois de um descanso ela voltou com força total deixando o mundo limpo e claro.
Busquei na chuva um toque de magia. Busquei na chuva meus momentos de inspiração. Busquei em sua forte e intensa enxurrada momentos criados pela minha imaginação. Busquei todas as minhas esperanças de dias melhores. Ela cai fortemente neste momento e seu ruído toca uma canção. Resgata uma época em que vivi com muito carinho. 

A chuva está dançando nos braços da noite e no céu negro nenhuma estrela brilha. Nenhuma estrela apareceu esta noite para contemplar a dança da chuva. O bailado é harmonioso e o ritmo sereno. Tão sereno que a estrelas olhavam de trás das cortinas, escondidas; observando apenas cada passo que deslizavam pelo imenso salão negro.
A chuva trouxe momentos de saudades. Saudades de mais um outono que veio e que logo pegará sua mala e partirá deixando apenas o rastro de mais uma estação...
Rita Padoin

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