Quando
escrevo passo por caminhos que nunca trilhei. Vivo momentos que nunca vivi.
Imagino coisas que jamais imaginei vivenciar.
Quando
escrevo busco respostas para minhas neuras. Danço com a vida as músicas que há
muito tempo ficaram lá trás. Recordo um passado que passou sem ter importância
e que agora daria tudo para viver novamente.
Quando
escrevo passa pela minha mente os personagens esquecidos de um tempo de
felicidade. Observo a vida passando e o caminho de longa distância percorrido
de muitos anos e que deixou fragmentos de saudades em cada passo de minha
existência.
Quando
escrevo lembro-me de coisas que nunca existiram. De momentos que nunca vivi, de
histórias que nunca contei, de pessoas que nunca mais vi.
Enquanto
escrevo sonho meus sonhos de adolescente que ficou num caminho de ilusões.
Ficou ao longo de uma caminhada de buscas que se perderam e que tento
resgatá-la.
Enquanto
escrevo viajo por cidades que nunca fui. Países que sempre imaginei. Cidades
por onde passei e que deixaram um rastro de lembranças. Um passado que nunca se
apagará de minha mente.
Enquanto
escrevo lembro-me de amigos que fiz. De amigos que partiram. De amigos que
deixei. De amigos que ganhei durante minha caminhada. De amigos eternos, dos
nossos papos infinitos, das nossas histórias e dos nossos segredos.
Em
cada linha ficam vestígios de saudades. Pedaços de minha existência. Lembranças
dos momentos infinitamente sublimes de uma vida de oportunidades e buscas por
momentos de eterna felicidade.
Rita Padoin