Nossa vida é feita de
ciclos. Pequenos para quem tem o olhar de sabedoria. Grandes para quem tem
pressa. Pressa de não entender o tamanho do tempo. Pressa de ir pelo tempo
finito, pelo atalho antecipado.
Pressa de não ver o que
a vida deixa a mostra. Pressa de ter tudo o que queremos ao nosso tempo. Pressa
de viver tudo ao mesmo tempo e não se importar se isto vai ferir alguém ou nós
mesmos.
Tudo o que vem tem um
tempo, uma data de validade. Um tempo para que tudo aconteça exatamente como
foi determinado. Se prestarmos atenção no seu sinal ele mostrará que seu determinado
tempo é passageiro. Breve. É como a brisa, chega de leve e se vai sem ao menos
percebermos.
É imperceptível aos
nossos olhos se não estivermos atentos. Há de se ter grande percepção para que
nada transcorra sem que consigamos registrar e guardar no nosso baú de
recordações.
Os ciclos vêm e vão. Há
uma lacuna entre a vinda, a passagem e a ida de cada um. Esta lacuna é o que
determina o tempo para o seu fechamento.
Vivemos com pressa
sempre. Vivemos correndo como se o que está à nossa volta fosse fugir de nós. O
tempo de cada um dos ciclos é determinado pela nossa aceitação e entendimento
de cada passagem.
Tudo passa e o que
tiver que ser nosso fica; menos nosso espírito que transmuta em ascensão.
Rita Padoin