segunda-feira, 28 de abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
UM BRINDE
Ah! como eu quero brindar
com você. Como eu quero que tudo seja tão intenso quanto a vida. Mesmo que eu
seja uma aprendiz de poeta, uma aprendiz de mulher, uma aprendiz da vida, nada
me impedirá de querer estar com você. Nada.
A vida da esta
oportunidade e eu quero abraçá-la. Talvez o acaso nos una e este brinde seja
para comemorar os minutos que ela nos proporcionou. O acaso é assim mesmo, às
vezes demora, outras vezes é preciso dribla-lo.
Celebraremos a vida e o
nosso encontro intensamente, como se fosse a última vez. Roubaremos as horas e
não a devolveremos. Assim, teremos nosso momento em grande estilo.
É o brinde à vida, às
vezes doce, outras vezes amargo, como o vinho que está na taça bem a minha
frente. Nesta cerimônia ao nosso brinde, tudo será como deve ser. Calmo,
com a leveza e a sensação da brisa e outras vezes tão intenso e devastador como
as ventanias em seus dias de fúria.
Assim,
será cada brinde, cada momento, cada história que escrevemos com as nossas
memórias, sempre com a magia de cada celebração.
Rita Padoin
segunda-feira, 21 de abril de 2014
O AMANHÃ
O amanhã é um vizinho que mora ao lado. O amanhã não dorme, vive em
constante vigília e está à espera de um aliado. O amanhã mostra um lado obscuro
e que tememos tanto. Tememos porque é desconhecido. Seu misterio e ocultismo
assustam.
Ah! Se o amanhã não
tardasse tanto. Se o amanhã não tivesse um futuro, assim o presente se acalmaria
e teria a certeza de tudo. Talvez essa nossa angústia esperando pelo amanhã
fosse embora.
E a vida? Ah! a vida, esta
é uma breve escapada para a felicidade. É uma escada que nos leva a sonhos
desconhecidos.
Não estamos acostumados
com a vida e nem com a morte. Não nos preparamos para elas, ficamos à mercê do
que elas têm a nos oferecer e ficamos muito assustados. Nessa inquietação
preparamos o momento em dúvidas. Há no intervalo entre as dúvidas, uma estrada
longa e sem fim.
O que o vento traz de boas
novas? Ele sempre traz as esperanças esquecidas e faz relembrar como se fosse
um grande instante de novas e boas vindas.
O amanhã nasce, morre e
renasce a cada dia. A cada minuto nós morreremos juntos se não soubermos
esperá-lo com paciência.
Rita Padoin
domingo, 20 de abril de 2014
DESCULPAR-ME?
Eu poderia me desculpar. Mas, me desculpar de que? Desculpar-me de algo que
talvez ficou esquecido em algum lugar distante? Desculpar-me, se nem tive um
breve retorno de uma espera que não sei se aconteceu?
Talvez me desculpar por me
culpar de um breve intervalo que ficou no passado. De um momento de imaginação
que ficou apenas gravado na memória do tempo. Assim são os momentos que não
aconteceram e permaneceram adormecidos na caixa das recordações.
Recordações de detalhes,
apenas detalhes e nada mais. É assim mesmo, fragmentos de vontades e inverdades
que surgiram instantaneamente e ao mesmo tempo se foram.
Queria que a loucura
batesse na minha porta e quando eu fosse abrir, ela me raptasse. Levasse-me
para um lugar sem nome, sem identidade, apenas um lugar.
Assim, teríamos o nosso
momento sem nenhuma interrupção. Assim, tudo seria como havíamos imaginado, sem
qualquer intensão.
São apenas imaginações de uma intensão sem acontecimento.
Apenas imaginações.
Rita Padoin
sábado, 19 de abril de 2014
NOITES DE OUTONO
O que diria a lua se me
visse assim? Talvez ela nem notasse. Talvez nem olhasse para meu rosto e nem
percebesse nada. Ela está no auge da sua beleza entre a noite e a madrugada de
outono. Eu pensei em chamá-la para um aparte. Talvez ela nem entenderá o meu
pedido ou entenderá, não sei.
Enquanto todos dormem, admiro-a. Com uma taça de vinho na mão, brindo mais uma noite de extrema beleza e encanto. Enquanto você dorme, a lua me faz companhia. Poder-te-ia surpreender de alguma forma. Tentar te acordar do teu sono profundo e ameno para adimirá-la ao meu lado, porém, a noite está tão perfeita que deixá-la neste momento seria imperdoável.
Poderia me perder na madrugada sem me importar com a chegada do outro dia, se assim quisesse. Poderia deixar a cidade e ir a uma outra, ver se a noite lá é a mesma daqui, o mesmo aroma, a mesma intensidade, as mesmas estrelas. Poderia me perder na noite, se assim quisesse. Ela espera que eu faça isto. Talvez ela também precise da minha companhia.
Quem sabe em suas mãos também há uma taça com vinho e que o nosso brinde seja para celebrar a vida e suas grandes e pretensiosas loucuras.
O céu está salpicado de estrelas e remete inocentes laços de afetividade. Se eu pudesse parar as horas, o faria neste exato instante sem hesitar. Ficaria em eterna catarse. Assim seriam as minhas noites, eternamente em êxtase lunar e estrelar.
Enquanto todos dormem, admiro-a. Com uma taça de vinho na mão, brindo mais uma noite de extrema beleza e encanto. Enquanto você dorme, a lua me faz companhia. Poder-te-ia surpreender de alguma forma. Tentar te acordar do teu sono profundo e ameno para adimirá-la ao meu lado, porém, a noite está tão perfeita que deixá-la neste momento seria imperdoável.
Poderia me perder na madrugada sem me importar com a chegada do outro dia, se assim quisesse. Poderia deixar a cidade e ir a uma outra, ver se a noite lá é a mesma daqui, o mesmo aroma, a mesma intensidade, as mesmas estrelas. Poderia me perder na noite, se assim quisesse. Ela espera que eu faça isto. Talvez ela também precise da minha companhia.
Quem sabe em suas mãos também há uma taça com vinho e que o nosso brinde seja para celebrar a vida e suas grandes e pretensiosas loucuras.
O céu está salpicado de estrelas e remete inocentes laços de afetividade. Se eu pudesse parar as horas, o faria neste exato instante sem hesitar. Ficaria em eterna catarse. Assim seriam as minhas noites, eternamente em êxtase lunar e estrelar.
Rita Padoin
quinta-feira, 17 de abril de 2014
MINHA TRAJETÓRIA
Desenho e redesenho minha
trajetória. Levo embaixo dos braços os pedaços de papéis que foram rascunhados
e que levam um pedaço de mim. Levo na memória restos desta trajetória que só eu
entenderei e saberei como guardar estes momentos. Monto e desmonto toda uma
estrutura em que imagino estar sendo entendida. Viajo nas encostas do
horizonte, levo uma mochila cheia de sonhos e imaginações.
Invento
mapas e deixo espalhados por toda a cidade. Deixo nas entrelinhas as minhas
vontades, a minha razão, o desejo imaginado, as minhas loucuras. Traço o
caminho com giz. Escrevo minha história em cada passo. Levo um pedaço de mim em
cada linha. A vida me observa, porém, quero que seja do meu jeito.
Com
o mesmo afã que a vida segue seu rumo, reinvento minha trajetória do jeito que
imaginei. É como se o tempo estivesse me empurrando para uma jornada que nem eu
sei se existe. É como se eu estivesse sendo engolida de uma vez só e renascendo
de outra forma.
O amanhecer acordou e o
dia está nascendo, cheio de expectativas. O sol nem apareceu e o horizonte está
apenas observando os acontecimentos. Sinto cheiro de magia no ar. As casas ainda
estão fechadas, são apenas 5 horas da manhã e as luzes da cidade ainda estão
acesas.
O cantar dos pássaros está
a todo vapor. Eles acordaram e em coro chamam para mais uma nova etapa que está
começando. O primeiro carro passa e abafa o som do universo. São os primeiros
sinais da vida urbana. Os primeiros reflexos do desenvolvimento. As primeiras
badaladas do sino da matriz anunciam a chegada da aurora. É hora de acordar.
Talvez não seja a vida que
escolhemos, porém, a vida que nos escolheu e vamos seguindo seus passos. Os
primeiros passos de uma manhã que promete ser perfeita.
Rita Padoin
terça-feira, 15 de abril de 2014
NOSSA CAMINHADA
Por mais que desdenhes a vida, ela saberá sempre como devolver o que não
o tenhas permitido nela entrar. Tem um pouco de paciência. A vida te entregará
na hora certa o presente que esperas. E o teu momento agora é cheio de dúvidas,
eu sei! Porém, é preciso passar por estas provas.
As
provas servem como crescimento e amadurecimento. Por isso tem um pouco mais de
paciência. É assim mesmo, difícil. Dói, dói muito, eu sei, porém, é necessário.
É uma dor que será sanada no tempo certo e você verá que foi necessário.
São
momentos que não podemos impedir, eles vêm e depois se vão, como as estações,
os ventos de mudanças de climas, as horas, o dia e a noite. A vida é assim,
cheia de surpresas. Poderíamos criar uma série de obstáculos para não aceitar o
que nos foi imposto, porém, de nada serviria.
Muitas
vezes não sabemos se estamos no rumo certo ou não, mas, vamos mudando as coisas
iguais de formas diferentes e assim vamos vivendo como se o amanhã não
existisse. Veremos que já não somos mais as mesmas pessoas de antes, que
crescemos, que uma parte de nós ficou em algum lugar distante e que agora somos
uma nova pessoa.
É
assim que a vida se apresenta, cheia de surpresas, cheia de obstáculos, cheia
de loucuras. Veremos que não estamos mais sozinhos, que carregamos conosco uma
grande bagagem e dentro dela lembranças, sonhos, descobertas e recordações que
vivemos durante a nossa caminhada.
Rita Padoin
domingo, 13 de abril de 2014
SOU O QUE DESEJAS
Sou o que
desejas. Sou aquilo que me lês. Sou um livro aberto e todas as páginas me
descrevem em poucas linhas. Sou o que o tempo quer, o vento deseja, a lua
espera, as estrelas procuram, as horas buscam, o mundo almeja e tu sonhas.
Sou para ti de tudo um pouco e um
pouco de tudo. Sou a mistura que o tempo reserva em pequenas porções e juntando
dá grandes e imensas devastações. Uma mistura de delicadeza e aromas, de
intensidades e buscas. Sou o tempo e o espaço unidos. Sou o bom e o mau. Uma
intensa orgia de pensamentos e imaginações.
Permite apresentar-me sem muitos
rodeios. Permite dizer-te em poucas palavras o que o sentimento acolhe. Permite
mostrar-te o que habita dentro de mim. Permite-me abrir as portas sem esperar
que lá fora haja alguém à minha espera.
Deixarei a porta totalmente aberta;
assim que sentires a vontade, entra. Apossa-te da cadeira que está ao lado
esquerdo da sala, caso não tiveres coragem de ir em frente. Caso tenhas,
adentre, siga o teu instinto. Estarei à tua espera.
Parece-te constrangedor? Não, não é.
Apenas o tempo determinou que assim fosse e eu acatei, agora sem medo. Agora
tudo deverá acontecer como o tempo havia previsto. Como ele mesmo determinou.
Sinto-me livre para seguir em
frente, sem medo e sem destino certo desta viagem.
Rita Padoin
sexta-feira, 11 de abril de 2014
DESPERTE-ME
Desperte-me
com delicadeza. Desperte-me com a suavidade e o perfume das flores em sua mais
alta condecoração. Desperte-me com toda a sua vontade, sem muitos rodeios. Seja
o que eu espero e idealizo. Provoque-me de certa forma que o dia e a noite se
misturem tornando um só. Jamais se despeça com tanta urgência, fique o tempo
que eu me sinta completa e satisfeita. Quem se importará com o tempo? Se ele
for nosso aliado ninguém conseguirá detê-lo.
Nosso espaço
sempre permanecerá intacto e guardará em cada canto a magia do nosso encontro.
Veja como as nossas buscas são idênticas? Nossos sonhos são eternos e a cada momento
juntos nos realizamos plenamente.
O ipê floresceu
e não percebemos. Ele está lá fora, vê, totalmente florido. Suas cores se
misturam com a cor do céu. O chão está coberto com suas flores, sinta o seu
perfume. Ele deixou o nosso jardim totalmente coberto como se fosse um tapete.
Vamos caminhar
pelo jardim, pisar com leveza sobre o tapete florido deixando apenas a
suavidade do toque. Abrace-me com ternura e me cubra com seus fortes braços.
Arranque-me da realidade e me leve com você para um sonho sem fim.
Rita Padoin
quarta-feira, 9 de abril de 2014
CRESCIMENTO
Estar em constante
crescimento e desenvolvimento cria um atalho de possibilidades e
probabilidades. Possibilidades de escolher qual caminho é o melhor e o mais
perfeito. Qual caminho nos traz o que mais se encaixa com o nosso grande sonho.
Qual caminho determina nossa busca para o que almejamos.
Desenvolvimento como
seres humanos que somos, para que cresçamos a cada dia e sejamos cada vez
melhores. Crescimento dentro e fora de nós para que possamos semear o que
aprendemos nessa caminhada, com sementes prósperas.
Viver sem ter a
possibilidade de escolher qual caminho é o mais provável e que combina conosco,
é o mesmo que não viver. Ter que fazer o que agrada os outros e não a nós,
deixa uma sensação de incapacidade perante o mundo e nós mesmos.
Sei que é difícil
sermos nós mesmos. Sei que a sociedade impõe certas regras, leis e tantos
outros obstáculos para que não sejamos nós mesmos. Sei também que em cada
canto, em cada momento, em cada espaço tem alguém nos policiando.
Porém, temos a
liberdade de ir e vir. Esta liberdade nos da o direito de escolhermos o nosso
destino. Somos responsáveis por toda a nossa vida. Se somos ou não felizes, é a
nós que devemos questionar.
Estamos sempre
crescendo e evoluindo perante aos olhos de Deus. O que falta é apenas nos
lembrarmos disto e seguirmos adiante com o nosso propósito. Propósito de nos
doarmos um pouco mais a quem está ao nosso lado. Vivemos de acordo com as leis
divinas. Que as nossas mãos estejam sempre estendidas para ajudar o próximo.
Assim que entendermos
que viver é se doar, estaremos crescidos e prontos para voar.
Rita Padoin
sábado, 5 de abril de 2014
A DANÇA DA CHUVA
Sinto cheiro de terra molhada. Sinto cheiro de um tempo de mudanças, de um novo mês, uma nova época, um novo recomeço. A chuva cai lá fora calmamente, lava o horizonte e traz a saudade de uma época distante.
Nos braços do horizonte a chuva deitou-se e descansou. Lavou seus cabelos deixando-os macios e com as suas mãos delicadas abraçou seu corpo e adormeceram. Depois de um descanso ela voltou com força total deixando o mundo limpo e claro.
Busquei na chuva um toque de magia. Busquei na chuva meus momentos de inspiração. Busquei em sua forte e intensa enxurrada momentos criados pela minha imaginação. Busquei todas as minhas esperanças de dias melhores. Ela cai fortemente neste momento e seu ruído toca uma canção. Resgata uma época em que vivi com muito carinho.
A chuva está dançando nos braços da noite e no céu negro nenhuma estrela brilha. Nenhuma estrela apareceu esta noite para contemplar a dança da chuva. O bailado é harmonioso e o ritmo sereno. Tão sereno que a estrelas olhavam de trás das cortinas, escondidas; observando apenas cada passo que deslizavam pelo imenso salão negro.
A chuva está dançando nos braços da noite e no céu negro nenhuma estrela brilha. Nenhuma estrela apareceu esta noite para contemplar a dança da chuva. O bailado é harmonioso e o ritmo sereno. Tão sereno que a estrelas olhavam de trás das cortinas, escondidas; observando apenas cada passo que deslizavam pelo imenso salão negro.
A chuva trouxe momentos de saudades. Saudades de mais um outono que veio e que logo pegará sua mala e partirá deixando apenas o rastro de mais uma estação...
Rita Padoin
quarta-feira, 2 de abril de 2014
DESAFIO A NOITE
Desafio
a noite em pleno frescor de outono. Desafio os seus mistérios, os seus segredos
e os seus devaneios. Desafio e adentro na escuridão sem medo. Desafio e no colo
da noite me entrego deixando meu corpo cair aos seus braços.
Ao despertar no seio da madrugada, me
verterei em orvalho e quando o sol descortinar o amanhecer terei sido sugada
pelos primeiros raios luminosos que bater no meu silêncio.
Sinto a noite tão perto, que seu
perfume me inebria. Meu coração respira com toda intensidade e meus olhos
procuram o nada. Penetro nos seus encantos e me desfaço como a bruma da noite.
Olho-te firme e teu sorriso me
invade; branco da cor da magnólia, com a suavidade e o perfume das suas
pétalas. E quando chego mais próximo, tão, tão, mais próximo de ti, entro nas
linhas imaginárias dos teus segredos e me converto em ti.
Rita Padoin
terça-feira, 1 de abril de 2014
TEU CHAMADO
Ouço um chamado,
insistentemente. Procuro-o e não encontro. Dentro das madrugadas, o silêncio
invade a noite e por onde meus olhos alcançam não o vejo. Por que me chamas, se
em cada canto que vasculho tudo é vazio? Procuro-o em cada esquina, em cada
canto, em cada banco, em cada sombra. As ruas estão desertas e o medo se apossa
querendo invadir meu peito.
Quando chamas, mesmo que
em pensamento, sinto-o tão vivo como as estrelas em contato com o céu. Invades
as noites sem permissão. Deixas rastros de saudades e leva um pouco dos meus
segredos. Levas o suco da noite e o frescor da madrugada.
Chama-me como a
intensidade do vento. Tocas no meu corpo como se ele fosse teu e tuas mãos
deslisam intensamente. Busco-te mais de uma vez e nada vejo senão o negror da
noite.
As noites estão perfumadas.
Sinto seu cheiro todo dentro de mim. Um cheiro de nostalgia. Um cheiro de início
de primavera, de nova estação, porém, é outono. Talvez o seu perfume esteja
confundindo as estações.
Assim estão as noites,
perfumadas, nostálgicas, saudosas, intensas, misteriosas, trazendo dentro delas
a beleza de cada estação.
Teu chamado se mistura com
o perfume da noite. Adentro sem pressa neste passeio e me verto junto com a
noite a tua procura.
Rita Padoin
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