Desabafo com o tempo as minhas
lutas, minhas angústias e meus medos. Nele vejo meu futuro sendo engolido por
um vulcão, que vai devastando o que encontra pela frente. Num brusco solavanco,
o tempo me diz que sua rapidez não tem volta e quem tem que correr sou eu.
Não estou acostumada a refletir
sobre a vida e seus mistérios. Tenho a impressão de que estou num buraco sem
saída e se não aparecer alguém para me tirar dali estarei perdida.
Sento-me diante de toda a situação e
as lágrimas vertem sem que eu tenha lhes dado permissão. Minha pele queima por
onde elas percorrem. Sei que devo estar preparada. Procurar não me desesperar diante
dos tropeços que o destino preparou caso contrário não sobreviverei.
A preparação para estes imprevistos
é um processo lento, eu sei. Dia a dia, vamos aprendendo e superando.
Esta preparação está relacionada à
aceitação e aos fatos destinados a cada um de nós. Assim a nossa sobrevivência
será amena e com o passar do tempo veremos que tinha que ser assim.
Só então percebemos como tudo passa
nessa vida. Passam as quatro estações, as fases da lua, o dia, a noite. Assim,
as nossas dores e aflições também passarão.
Rita Padoin