domingo, 20 de junho de 2010

VOLTANDO AOS VELHOS TEMPOS

Papeando com algumas amigas, voltamos aos anos 70 e 80, onde acabamos desabafando e discutindo coisas que parecem não existir mais nos dias de hoje. Se existem não conseguimos enxergar. Como duas delas são separadas e em busca de alguém, uma sai com essa:
Conheci uma pessoa e pensei ter conhecido alguém diferente, que estivesse em busca do grandioso, em busca do que toca a alma e o espírito, aquilo que nos completa como um todo, nos eleva e nos enobrece, porém, me decepcionei.
Pensei que fosse verdadeiramente verdadeiro, pelo menos foi o que pensei e acreditei de início. Não consigo acreditar que existem pessoas mentirosas que usam o romantismo para enganar. Pensei que a busca pela essência fosse mutua. Sonhei nos seus sonhos. Naveguei nos seus mares, busquei nos seus desejos o arrepio de minha pele na dele, penetrei nos seus sentimentos buscando amor, Raptei sua atenção na certeza de tê-lo ao meu lado.
Uma outra diz: As vezes acho lindo demais ser romântica, algo que engrandece, enobrece, outras vezes tenho que rir de mim mesma, por ser tão idiota. Romantismo? onde? Ninguém mais o quer. Ninguém mais o dá valor. Ninguém mais conhece o significado desta palavra. Que idiotice pensar que alguém ainda poderia ainda dar atenção a isso.
Tento ser diferente, agir diferente, não dar mais o devido valor ou atenção ao romantismo. Tento por na minha cabeça que caiu de moda, que ninguém mais se importa com essa besteira, porém, não consigo. Parece-me que o romantismo impregnou no meu corpo e na minha alma e não consigo mais me livrar dele.
Quero ser igual às outras pessoas, normal, quero estar no mundo de hoje, parece que o mundo girou tudo evoluiu, menos eu.
O papo começou a ficar muito interessante, porque na realidade não sabemos mais onde estamos e como agimos diante de um novo mundo onde tudo ficou muito virtual, frio, fútil, onde o glamour tomou conta do todo.
Paro, penso, reflito sobre essas mudanças repentinas e que eu também não consegui acompanhar, ou melhor nós, sinto um enorme vazio dentro de mim. Tenho a impressão que só restou meia dúzia de pessoas nesse mundo evolutivo onde só as máquinas são ouvidas e tocadas.

Essa busca incessante de algo que nem mesmo as pessoas sabem o que é, tornam-as tão cegas e vazias que não conseguem ver o que se passa ao seu redor. Esta tudo ali, tão perto, porém, pela ansiedade e a busca dos prazeres carnais acabam esquecendo da busca e da alimentação dos prazeres espirituais; aquele que preenche e alimenta verdadeiramente nosso ser.

Diz uma assim: saudades que sinto do contato físico, das cartas apaixonadas, dos encontros marcados com a ansiedade do momento, de sentir saudades de alguém, da sinceridade e do verdadeiro amor. Saudades de tudo que tinha calor humano e que tudo isso foi trocado pelo virtual, frio, sem alma, só restando o desejo.
Quando eu disse a elas que eu gostaria de por tudo o que a gente tinha desabafado ou conversado num Blog, para que de repente esse blog pudesse ajudar outras pessoas sobre essa evolução que estamos custando a acompanhar , uma delas disse-me:

Quero então descrever tudo que esta entalado dentro de mim, tudo que estou sentindo neste momento. Apesar de me sentir uma verdadeira idiota, quero dizer que vejo o mundo sob outra perspectiva, com muito mais cores, mais amor, mais paixão, mais harmonia, mais vida, mais vibração, mais brilho, mais intensidade e  emoção.
 
Tudo se torna mais quente e aconchegante. Apesar de me sentir só nesse mundo do românticos, ainda assim me sinto com muito mais vida por ser uma das ultimas românticas.
Parece que estou de mãos atadas, o tempo passando correndo e eu parada olhando para ele como se ele fosse me esperar. Quando me dou conta ele já foi, tento alcançá-lo, mas, não consigo. A vida me olha e tenta me sacudir para que eu acorde e veja que tudo mudou e o que eu tenho perdido. Estou tão absorta em meus pensamentos que acabo deixando tudo passar.

A outra diz: Acabam acontecendo coisas na minha vida que questiono com Deus se isso deveria estar acontecendo. As vezes sentada olhando para a rua vejo que até o céu está cinzento, triste, sem perspectiva nenhuma. Ouço o canto dos pássaros e é o único barulho que consigo ouvir naquele momento. Tudo parece muito triste, as flores, as árvores. Olho-as e não consigo ver de outra forma.
 
Talvez não seja o mundo que esteja assim, mas eu. Perdida em busca do meu eu. Buscando algo que talvez só exista dentro de mim.

Eu disse a elas: nossa, tudo isso que vocês acabaram de me dizer, me deixou em reflexão, porque eu também sou da mesma época e sinto essa mudança...
Esperamos que o mundo acorde em tempo...

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