quinta-feira, 9 de outubro de 2014

VIAGEM INTERPLANETARIA


O cometa passou por mim, riscou o céu e se foi com muita pressa. Tive um momento de nostalgia quando olhei para ele. Afinal de contas ver um cometa passar é algo que nem sempre acontece. É um tempo que apesar das nossas intuições, nada vem assim sem nenhuma emoção.

Sei que é um tempo em que tudo está tão absorto! Sei também que, nem tudo o que queremos ver, às vezes é visto. É evidente que tem as sensações e o olhar segue seu rastro como se alcançasse cada milímetro do seu destino.

Um cometa é um viajante como nós. De ordem diferente é claro, porém, não deixa de ser um ser vivo em movimento constante. É claro que seu rastro é invisível e ninguém consegue ver a olho nu. Porém, quando ele passa por nós, é tão rápido, que se piscarmos os olhos talvez não dê tempo de vê-lo.

Viajo como o cometa, de ponto a ponto desse Universo. São horas que me desligo e sigo com a intenção de ir sem me preocupar com o tempo.

Deixo meu rastro por onde passo, ninguém consegue ver a olho nu. Assim, minhas viagens interplanetárias ficam com a sensação de que é um segredo somente meu.
Rita Padoin
 
                                                  ________arte de Christian Schloe
 

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