Era uma bela manhã de maio.
Esperava-te ansiosa em meu leito macio e com lençóis tão brancos como a neve em
seu perfeito auge do inverno. Da janela frontal vi o semblante do tempo, ele se
mostrou triste pelo momento de passagem da estação.
Vi você em seu momento imaginário e
só. Seu semblante mostrava preocupação e indecisão. Você ficou observando do
outro lado da rua cada detalhe. A cidade estava tão calada quanto você. Havia
apenas o caminho que seguia em direção ao abismo do nada. O céu cinzento dizia
que a chuva estava quase chegando e que o frio estava se aproximando de
mansinho.
Continuei olhando o cenário de onde
eu estava, sem que você percebesse. Lá fora tudo transmutava calmamente.
Esperei por longos minutos o toque da campainha, que não aconteceu. Talvez seu
atraso esteja atrelado ao mau tempo ou talvez você não esteja preparado para
seguir em frente. Você estava tão absorto em seus pensamentos que não observou
o tempo passar e nem percebeu que eu estava lhe observando.
Foi um momento tão excêntrico que fiquei
sem palavras para descrever. Apenas continuei a observar todo o contexto
perplexa.
A manhã estava quase na sua metade.
Observei novamente todo aquele cenário e você tinha ido embora. Ficou apenas na
imaginação sua presença; no meio daquele espaço que foi criado.
Talvez amanhã o tempo melhore e você
volte. Talvez a campainha toque, a porta esteja aberta esperando a sua chegada
e eu estarei no lugar de sempre a sua espera.
Talvez você nunca mais voltará e
tudo ficará exatamente igual.
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