Ah! Se eu pudesse parar o vento. Nele encostaria minha
cabeça e descansaria longamente. Nas longas manhãs de outono finjo não perceber
tua ausência. Ouço o rumor do amanhecer que sem entender abre seus grandes
olhos e silenciosamente observa sem dizer uma única palavra.
A
música toca harmoniosamente, deixando minha manhã tão veemente que esqueço o
tempo e o momento. Tens consciência da intensidade que percorre invisivelmente
e cobre todo o espaço? Sei que não. É tão inusitado este momento que o frio que
acaba de chegar foi uma grande surpresa, ninguém esperava por ele hoje.
A
noite está chegando e a lua começa a nascer no horizonte. Preciso me recompor
para esperá-la. Preciso estar a sua altura para brindar com a minha última taça
de vinho, que ainda esta manchada com o vermelho sangue. O negror da noite chega
e se aproximam os primeiros pontos luminosos.
É tão
belo o momento que o mundo parou. Bebi a vida em pequenos goles e pausadamente
penetrei nos seus segredos.
Rita Padoin
https://www.facebook.com/ritapadoinpoeta
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