segunda-feira, 12 de maio de 2014

VERTE

Verte de dentro de mim um rio que corre numa velocidade arrebatadora. Escorre pelas ladeiras do meu corpo como se já soubesse e conhecesse cada rua, cada avenida, cada centímetro quadrado desta cidade humana.

Verte em mim um rio. Um rio de águas abundantes. Mesmo que as águas sejam cristalinas, não deixam de correr e alagar meu peito. Tentar controlar toda essa imensidão é o mesmo que tentar controlar a vida com todas as suas emoções. É querer fazer a força do impossível.

Tentei fechar as comportas sem sucesso. Tentei decifrar as compreensões e incompreensões da água e levar para outra direção. Uma direção onde ela teria espaço suficiente para desaguar.


A água precisa de espaço e tempo para contornar os obstáculos e descansar, assim como nós.
Rita Padoin

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