Verte de dentro de mim
um rio que corre numa velocidade arrebatadora. Escorre pelas ladeiras do meu
corpo como se já soubesse e conhecesse cada rua, cada avenida, cada centímetro
quadrado desta cidade humana.
Verte em mim um rio.
Um rio de águas abundantes. Mesmo que as águas sejam cristalinas, não deixam de
correr e alagar meu peito. Tentar controlar toda essa imensidão é o mesmo que
tentar controlar a vida com todas as suas emoções. É querer fazer a força do
impossível.
Tentei fechar as
comportas sem sucesso. Tentei decifrar as compreensões e incompreensões da água
e levar para outra direção. Uma direção onde ela teria espaço suficiente para
desaguar.
A água precisa de
espaço e tempo para contornar os obstáculos e descansar, assim como nós.
Rita Padoin
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