quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

LIBERDADE

Não quero ter horários e nem muitas responsabilidades. Quero fazer só o que eu tenho vontade. Quero viajar, sair pelo mundo e chegar a hora que eu quiser. Quero ter a liberdade de ir e vir. Quero viver e ser feliz.

Quantas e quantas vezes ouvimos estas expressões? Muitas vezes, não é mesmo? Até nós já pensamos desta forma. Quantas vezes pensamos em ser livres e lutamos para obter esta liberdade sem saber o que ela representa. Talvez uma liberdade de expressão, uma liberdade de responsabilidades ou uma liberdade que só tem o nome, porque na realidade dela nada sabemos. Ela é tão misteriosa quanto tudo o que tem nome e se move neste universo.

Falar de liberdade é muito complexo, ela vive no nosso entremeio e nem percebemos. Digo isto porque todos nós passamos por períodos da nossa vida em que pensamos muito em ser livres e não sabemos como fazer para obter esta liberdade.           

Quantas e quantas pessoas livraram-se do emprego que detestavam, do marido com quem já não vivia lá muito bem, daquela velha amizade que só sugava, daquele vizinho chato que só incomodava ou daquele cara que era uma mala sem alça e vivia atazanando dizendo que estava afim de você. Depois que se livraram de tudo que “impedia a tal liberdade”, vem a pergunta:

- Estamos livres de tudo o que impedia a tal liberdade? E agora, o que fazer com ela? Será que sabemos na realidade o que é ser livre ou o que é ter liberdade? Será que ser livre é fazer o que temos vontade? É viver sem horários? É se separar? Sair do emprego ou se livrar de tantas e tantas coisas que estavam nos incomodando?

Será que ser livre é tudo isso? Se for, o que fazer e por onde começar a desfrutar esta tal liberdade quando alcançamos e ela está ao nosso lado? O que fazer quando ela bate na nossa porta e diz: - Estou aqui, o que faremos agora?

Geralmente ficamos com medo de abrir a porta e nos depararmos com o desconhecido. Lutamos tanto pelas coisas que almejamos uma vida inteira e quando temos nas mãos, ficamos inertes. Ficamos sem ação perante o prêmio que ganhamos da vida pela luta.

Não adianta nada nos livrarmos de tudo que nos fazia ou faz mal, se não sabemos na realidade o que é a verdadeira liberdade. Já fizemos esta pergunta para nós mesmos? Se não fizemos, que tal começar a fazer? Analisar o que na realidade é a liberdade. O que ela representa na nossa vida e no nosso cotidiano.

Talvez assim chegássemos à conclusão de que ela mora dentro de nós e não sabemos. Que para despertá-la precisamos estar atentos. Que para entendê-la é necessário dar tempo ao tempo para que tudo saia exatamente como deveria, sem anteciparmos o futuro. Talvez assim, entendêssemos a liberdade de outra maneira. Que tal esperar o fruto amadurecer para colhermos?

Talvez assim, a liberdade que tanto almejamos venha na medida certa e aí quando ela bater na nossa porta estaremos prontos para entendê-la e recebê-la.

Rita Padoin

 

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