segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

PORQUE MUDEI TANTO?


Porque mudei tanto? Cresci e me tornei adulta com responsabilidades e tarefas para fazer e organizar. Cresci sem ao menos perceber. Cresci e nem me perguntaram se eu queria crescer. Cresci e hoje vejo que não quero ser adulta, não quero esse crescimento que me fez ver e esquecer tantas coisas boas.
 
Esquecer que voava em cada canto deste universo. Esquecer que viver seria o ponto estratégico de cada linha definida. Esquecer que o amor é a base de tudo e que se não me proteger morrerei nesta selva; onde um mata o outro sem ao menos perceber que isso é algo ruim.
 
Esquecer que a minha felicidade é a felicidade do meu próximo. Que fazer o bem é a mais alta condecoração para se chegar ao trono máximo e receber as glórias. Esquecer que viver é dar e receber. Esquecer que os valores atemporais morreram.
 
Percebi que sou um planeta andarilho num universo obscuro, onde não sei se há ainda alguém capaz de lutar por uma causa justa. Percebi que o mundo se tornou capitalista e individualista, que a luta é apenas para cada um. Percebi que na amizade não existe mais a partilha e que quando existe é para benefício próprio.
 
Percebi que para vencer na vida é preciso tirar do caminho o amigo ou colega. Ele passou a ser adversário a partir daquele momento. Percebi que eu estava só num mundo que não reconhecia mais.
 
Percebi que muitas coisas foram se esvaindo de dentro de mim. O que eu via florido e luminoso foi morrendo aos poucos. Tudo ficou tão pálido, tão cinza e sem graça, que senti um aperto dentro do meu peito. Tenho a impressão que eu estou vivendo fora da realidade, fora de um contexto real.
 
Então percebi que a parte que ficou lá trás, era diferente. Era como se eu estivesse vivendo em outra dimensão. Num mundo a parte, colorido, sem guerra, sem raivas, sem ódios ou qualquer coisa que pudesse interferir naquele momento.
 
Hoje o mundo se dividiu. Uma parte ficou lá trás esquecida e a outra parte ficou comigo me atormentando. As duas partes se separaram como se uma não quisesse mais a outra por perto.
 
Esta parte que ficou sente falta da parte faltante. Era um tempo de alegrias, humildade, união, fraternidade e amor entre as pessoas. Faltou o pedaço que fazia o equilíbrio. Este equilíbrio movia o que tinha de mais sublime, o amor.
 
Hoje tento resgatar estes valores que morreram com o passar do tempo e que em algum lugar ficou perdido, esperando para renascer.
 
Ainda acredito no amor e na união entre as pessoas. Acredito num mundo melhor. Acredito na paz e na união.
 
Por isso vou lutar incansavelmente para que pelo menos ao meu redor o bom, o belo e o justo caminhem de mãos dadas tornando-me a cada dia uma pessoa cada vez melhor.
 
Rita Padoin

 

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