segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

VIAJANTE

Viajar pelas curvas do mundo numa embarcação sem passagens e sem bagagens. Apenas embarcar sem planos de volta, sem as horas me acompanhando, sem o tempo me questionando.
 
Assim, vou eu. Uma viajante sem destino traçado. Uma nômade em busca de novas aragens, indo na direção em que o vento me levar, nas asas da imaginação, nos cabelos longos do tempo.
 
Na primavera, iniciarei minha caminhada. Na primavera, seguirei sem destino traçado. Na primavera, tudo recomeça com força total, tudo desabrocha para um novo e belo começo. Assim serei eu, uma nova mulher que renascerá para um novo mundo.
 
A vida olha pela janela do futuro e da início no exato momento de ir. Transbordando, a felicidade inunda a caminhada que cruza os planaltos, serras, mares e oceanos num transe de uma mistura momentânea.
 
Nas terras distantes reencontro o destino planejado e trago o que estava oculto. Vivo dentro de cada passo, cada olhar, cada encontro, tudo dentro deste ilimitado momento.
 
Ficou lá atrás o passado parado me olhando sem conseguir me alcançar. A distância entre este passado e o futuro não tem limites, apenas o ilimitado alcance de dois mundos que jamais se cruzarão novamente.
 
É a ordem cronológica dos acontecimentos que descreve o destino que passou; o que resta é apenas um futuro que virá e não sabemos o que ele trará.
 
Rita Padoin

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