Sempre que me
surpreendo comigo mesma me vejo diferente, me vejo crescida com certas atitudes
diferenciadas. Surpreendo-me por agir de maneira eloquente. Sinto-me tão íntima
comigo mesma que o acaso se vê sem uma definição, sem uma imaginação, sem
nenhum enfoque; é como se eu me vertesse dentro das quatro paredes que estou
neste momento.
Quando olho pela
janela com um olhar vago, vejo que tudo lá fora me observa. Percebo então que
sou tão dona do mundo quanto uma árvore é da terra, uma semente é da fruta, as
estrelas e a lua são do céu e que meu corpo é matéria, quando sem o espírito
ele morre.
Sinto-me amparada
pelo som do mistério que invade cada ponto invisível do meu corpo. É como se
fossem os quatro elementos elementares da natureza que invadem o mundo para que
tudo sobreviva num eterno equilíbrio ecológico. É uma sensação de desapego que
me faz sentir deslocada e fora da órbita por alguns instantes.
Penso em lutar
contra todo esse sistema que me deixa sem a força vital. Talvez seja uma luta
em vão, mas, pode ser que essa luta seja próspera. Claro que não será nada
fácil, sei também que nada nessa vida é fácil, tudo é muito complicado, cheio
de regras, de instruções e de inverdades.
Quero a ilimitação
de viver para ter a certeza que vale a pena estar viva...
Rita Padoin
Rita Padoin
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