quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Eu

Sempre que me surpreendo comigo mesma me vejo diferente, me vejo crescida com certas atitudes diferenciadas. Surpreendo-me por agir de maneira eloquente. Sinto-me tão íntima comigo mesma que o acaso se vê sem uma definição, sem uma imaginação, sem nenhum enfoque; é como se eu me vertesse dentro das quatro paredes que estou neste momento.
Quando olho pela janela com um olhar vago, vejo que tudo lá fora me observa. Percebo então que sou tão dona do mundo quanto uma árvore é da terra, uma semente é da fruta, as estrelas e a lua são do céu e que meu corpo é matéria, quando sem o espírito ele morre.
Sinto-me amparada pelo som do mistério que invade cada ponto invisível do meu corpo. É como se fossem os quatro elementos elementares da natureza que invadem o mundo para que tudo sobreviva num eterno equilíbrio ecológico. É uma sensação de desapego que me faz sentir deslocada e fora da órbita por alguns instantes.
Penso em lutar contra todo esse sistema que me deixa sem a força vital. Talvez seja uma luta em vão, mas, pode ser que essa luta seja próspera. Claro que não será nada fácil, sei também que nada nessa vida é fácil, tudo é muito complicado, cheio de regras, de instruções e de inverdades.
Quero a ilimitação de viver para ter a certeza que vale a pena estar viva...

Rita Padoin

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