Vivi a maior parte da minha vida com limitações,
horários e regras. Frustrei-me muitas vezes por aceitar sem questionar.
Passei vontades irresistíveis. Mas, acabei resistindo. Tive desejos
incontroláveis. Difíceis de conter? Sim. Mas, os contive.
Deixei de fazer coisas que eu amava. De conhecer
pessoas, cidades, lugares e praias que eu sonhava. Deixei de escutar as músicas
que eu gostava, de ir a lugares magníficos. De jantar em lugares pitorescos, de
conhecer e fazer novos amigos.
Tive pretensões descabidas. Vontades
intermináveis. Escolhas e gostos diferenciados, sempre com restrições. Às
regras sempre estiveram presentes no meu dia-a-dia. Elas me seguiram durante
muitos anos e nunca parei para contê-las ou rejeitá-las.
Apenas aceitei e jamais questionei algo ou alguma
coisa do que estava acontecendo naqueles momentos. Eram tão normais quanto os
hábitos cotidianos.
Deixei tudo para trás para viver uma vida que não era
a minha. Pensei que minha vida e a minha felicidade estariam ali, naquele
lugar, com aquelas pessoas, aquelas músicas; naquele mundo entre muros
limitando minha caminhada.
Hoje vejo que minha vida estava dentro de mim e os
lugares eu teria que explorar. Que as pessoas eu iria encontrar durante esta
caminhada.
Que eu teria que ir a busca dos meus
sonhos. Que eles não viriam até mim. As pessoas do passado eu as
reencontraria nesta jornada. Que a minha liberdade de ir e vir seriam comandada
apenas por mim e mais ninguém. Esta conquista seria vencida mais dia ou menos
dia.
Hoje resgatei muitas coisas que eram minhas e
tinham ficado lá trás. Perdidas, como eu. Estavam apenas fora de lugar. Fora de
um eixo que ninguém nunca conseguiria recolocar no seu lugar. Apenas eu. Só eu
e mais ninguém.
Assim o fiz e continuo fazendo. Resgatando e
recolocando tudo no seu devido lugar...
Rita Padoin
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