terça-feira, 17 de setembro de 2013

NADA RESTOU

Se tivesse sobrado algo, poderíamos rever todo um contexto. Poderíamos sentar e analisar. Poderíamos avaliar e reavaliar o que restou; juntar para recomeçar o que ficou perdido.

Porém, nada restou. Não aconteceu nada que sobrasse alguma coisa. Sempre foi vazio, sem uma conexão perfeita. Apenas o entremeio de ilusão, de esperas, de lutas, de sonhos e de imaginações.

Hoje acordei com medo. Medo da vida. Medo do que ela me reserva. Medo de ter que assumir algo desconhecido. Medo de ir e não encontrar o que tanto planejei. Medo de não achar o que sempre procurei. É um medo comum, sem dor, sem angústias, apenas algo novo para desbravar.

Um dia eu teria que enfrentar o medo. Um dia ele bateria na minha porta e diria:
- Cheguei, e agora?
Eu olharia para ele e diria:
- Não sei. O que farei agora? Por onde recomeçarei?

Com certeza ele não terá as respostas para minhas perguntas. As respostas eu terei que buscar.
O medo vive no entremeio de nossos sonhos. 

Rita Padoin

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