Se
tivesse sobrado algo, poderíamos rever todo um contexto. Poderíamos sentar e
analisar. Poderíamos avaliar e reavaliar o que restou; juntar para recomeçar o
que ficou perdido.
Porém,
nada restou. Não aconteceu nada que sobrasse alguma coisa. Sempre foi vazio,
sem uma conexão perfeita. Apenas o entremeio de ilusão, de esperas, de lutas,
de sonhos e de imaginações.
Hoje
acordei com medo. Medo da vida. Medo do que ela me reserva. Medo de ter que
assumir algo desconhecido. Medo de ir e não encontrar o que tanto planejei.
Medo de não achar o que sempre procurei. É um medo comum, sem dor, sem
angústias, apenas algo novo para desbravar.
Um
dia eu teria que enfrentar o medo. Um dia ele bateria na minha porta e diria:
- Cheguei, e agora?
Eu olharia para ele e diria:
- Não sei. O que farei agora? Por onde recomeçarei?
Com certeza ele não terá as respostas para minhas
perguntas. As respostas eu terei que buscar.
O
medo vive no entremeio de nossos sonhos.
Rita Padoin
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