sábado, 16 de março de 2013

SOPRO

Estava num sono ameno e renovador quando fui acordada por um sopro que me levou a um caminho desconhecido. Trilhei este caminho na esperança de ter sido a melhor escolha. Busquei o que tinha ficado lá trás e esperei que a escolha tivesse sido a melhor.
 
Na verdade este caminho era apenas uma ilusão de ótica. Quando eu estava no meio do caminho foi que percebi que era apenas uma poeira invisível e que do outro lado não havia nada. A poeira cegou-me, como num temporal no deserto.
 
Perdida busquei forças para seguir em frente, já que voltar seria inútil. Peregrinei dias e dias e nada encontrei. Meu corpo doeu muito e meu coração ficou em pedaços. A dor do corpo passou, mas, a da alma custou a curar. A alma quando machucada sangra.
 
A viagem durou mais do que o esperado. Quando cheguei ao seu final percebi que tinha sido necessário todo este percurso. Acordei mais forte.

Percebi então que o trabalho pelo desapego deve ser cada vez maior. Que a interferência mundana entre o eu exterior e o eu interior deve ser travada.

Viver intensamente sem que nada interfira na minha jornada. Nada.

Rita Padoin
 
 

2 comentários:

  1. Muito linda a mensagem, por vezes me sinto assim, transuente de meu me mundo real.

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  2. Você é uma pessoa sensível Libero. Por isso sente nas mensagens que lê, muitíssimo bom encontrar pessoas com essa sensibilidade em nosso caminho...

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