terça-feira, 2 de outubro de 2012

ACORDEI

Hoje acordei querendo voltar a ser criança. Acordei com uma nostalgia inexplicável de algo bom que ficou lá trás e que quero resgatá-lo novamente. Acordei querendo despertar aquela criança que ficou adormecida dentro de mim há muito tempo. Aquela criança sem preocupações, sem medos e sem angústias. Acordei querendo trazer aquela heroína que lutava contra os monstros com sua espada mágica matando todos em um só golpe.
 
Senti saudades daquela época em que eu ria da brisa que acariciava meu rosto, da borboleta que pousava na flor, das pequeninas formigas que carregavam seu alimento, das folhas balançando com o vento, do canto estridente da cigarra que anunciava a chegada do mês de dezembro.
 
Acordei com vontade de viver sem me importar com nada. De viver os segundos que ainda restam de cada hora. De rir escancaradamente, de olhar o céu tão azul e me cegar de felicidade. Cantar alto para o sol quando seus raios dourados banharem meu rosto.
 
Acordei querendo caminhar sobre os montes e colinas. Nos caminhos onde só o tempo poderia me acompanhar. Do alto da colina ver o mundo em duas dimensões.
 
Quando a noite chegasse, olhar ao redor e sentir como se eu estivesse dividindo o mundo ao meio. Uma dimensão onde as luzes da cidade estariam abaixo dos meus pés e as estrelas no céu acima da minha cabeça. Imaginar a existência de dois céus. Eu seria o limite entre os dois. Nada mais existiria somente eu e o mundo. Eu seria o pêndulo desta imensidão.
 
Fechar meus olhos e sentir o som do universo, abrir meus braços e ser abraçada pelo imenso mundo das imaginações. Quero viver escandalosamente nas asas da minha imaginação, flutuar sem ter limites para parar. Subir até o ponto em que meu espírito consiga se libertar das amarras deste mundo e voar.
 
Assim viverei livre eternamente.
 
Autora: Rita Padoin

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