sábado, 1 de setembro de 2012

SOMBRAS

Existem muitas sombras no nosso caminho e na nossa imaginação. Sombras de vários tamanhos, espessuras, modelos e formas. Têm sombras com asas longas e negras que nos amedrontam se passando pela morte. Outras se passando por monstros, bichos, desenhos e tantas outras coisas.
 
A sombra é uma região escura formada pela falta de luz, porém, o medo nos impede de pensar. No momento em que olhamos para ela, vemos aquilo que nossa imaginação acha que é.
 
Onde tem seres vivos, as sombras estão ali, presentes, acompanhando e fazendo parte de seu destino. É como outro ser que habita dentro de nós. Podendo ser nossa companhia ou nossa agonia, nosso amigo ou nosso inimigo, nossa alegria ou nossa tristeza, nossa luta ou nossa guerra. Tudo depende do ângulo que vemos as coisas.
 
Elas têm a beleza de encantar e ao mesmo tempo traz o medo e a insegurança. Durante o dia elas passam despercebidas, quase nem a notamos. O sol com seu brilho intenso deixa os desenhos geometricamente irregulares. Ficamos muitas vezes em cima delas e nem notamos.
 
Quando a noite chega, esses mesmos desenhos nos apavoram. O medo começa a tomar conta de nós. Olhamos como monstros querendo nos devorar. Monstros soltos invisivelmente à deriva, dançando e amedrontando. Essas sombras deixam no caminho rastros de indecisões, angústias, pavor e tudo mais.
 
Sacodem os corpos e possuem as mentes como se fossem seus alimentos. Sugam sem que sejam vistos, seus corpos alimentados deixam à deriva as almas pacificadas, alojando em algum ponto estratégico.
 
Aí começam as lutas com as espadas invisíveis doadas para suas defesas, erguem seus punhos de aço como se fossem seus escudos contra a injustiça, contra o ódio, a opressão e os lamentos de algo que nem existe.
 
A mente flutua, indo muito além da nossa imaginação, não a controlamos e por isso ela nos domina. Assim criamos monstros dentro de nós que acabam nos engolindo sem que percebamos.
 
Rita Padoin
 








 
 

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