Desconheço o amor verdadeiro. Aquele da
troca, sem as cobranças, sem vinculo, sem apego. Por isso não venhas me acordar
de um sono leve e sem pesadelos. Estou a um milhão de distância deste mundo sem
nada a dar, sem nada a acrescentar, sem nada no seu centro, um mundo vazio.
Prefiro continuar
buscando o imaginário, o que me eleva. Doar-me ao que me deixa nas nuvens.
Desconheço o que as pessoas chamam de um novo mundo, uma nova era, uma nova realidade,
uma nova liberdade. Liberdade? Só se for dentro da própria prisão, criada para
que a imaginação seja de uma falsa liberdade e que não quero para mim.
De novo neste
mundo que chamam de novo só a idade. Ela vem a cada dia apavorando as pessoas
que não estão preparadas para cada ruga que aparece; cada tropeço que a vida
coloca na sua frente sem um manual de instrução.
Não quero acordar
para esse mundo. Por isso me deixa no meu profundo sono leve, onde nada
acontece que eu não queira, onde meus pesadelos são somente a paz e a harmonia.
Quero viver o
ilimitado, o inatingível, o sonho imaginário, a loucura, o sonho de não acordar
num outro mundo que não seja este. Por isso não me acordes deste sono leve, a
não ser que o teu seja tão leve quanto o meu.
Rita Padoin
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