terça-feira, 13 de setembro de 2011

DONA DE MIM

Não tenho partido político e nem religião, nem pátria e nem lar, não tenho nada e nem sou nada; sou apenas uma partícula voante nesse universo buscando meu rumo e direção.

Não tenho vida e nem morte, nem casa e nem estrada, vivo apenas dentro de mim. Sou dona do meu destino. Vivo no meu casulo onde renascem cada dia os amores perdidos, os amores encontrados, os amores buscados e os amores vividos.

Sigo onde meu coração me levar, sem pretensão de mudar, sem limites, voando onde preciso for. Carregada pelas incertezas do tempo, vivendo e amando por onde eu passar.

Vivo porque sinto na pele o calafrio dos tempos de mudanças. Das sensações indescritíveis de um presente passando sem avisar, dos mistérios que tenho a desvendar.

Espera-me a vida, me avisa que chegou o momento da partida. Nos trilhos íngremes vai sem pressa o destino planejado pelos ventos uivantes de final do inverno.

A neblina cobre o caminho onde o destino segue. As badaladas do relógio da matriz batem incessantemente, não se importando se tem gente dormindo sobre o coração. Insistentemente badala sem parar.

Ouço seus lamentos de dor ou de amor, sabe-se lá o que quer nos dizer, seja o que for, vivo sem pretensão de entendê-lo.

Rita Padoin

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