Se eu pudesse, me verteria em
poesia. Atravessaria o oceano e me derramaria em versos só para te amar, e sob
a luz tímida da lua me deitaria sob os lençóis brancos. Nas noites em que a lua
alta apenas me observa, abro as janelas e ela entra para me fazer companhia.
Ao findar a madrugada, os primeiros
raios de sol banham meu corpo sob os lençóis brancos. As paredes mudam de cor,
deixando apenas o rastro dourado como símbolo de que ele esteve por aqui.
Não percebi a fuga do tempo. As
horas passaram por mim e nem me acenaram. Apenas embarcaram nas asas do tempo e
se foram. Eu havia aprisionado a noite, porém, ela desdobrou suas asas e se foi.
Ao perceber a fuga da noite,
aninhei-me no colo da saudade e fiquei a espera de mais uma noite cheia de
intenções.
Rita Padoin
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