segunda-feira, 9 de junho de 2014

INATINGÍVEL

Tento tocar a parte impalpável da minha alma e sinto que ela não me pertence; não tem como eu me apossar dela. Ela é apenas um mistério belo que está dentro de mim. Uma busca que nunca foi encontrada.

Minha viagem até aqui sempre foi assim, inultrapassável. Tudo é inatingível como o tempo, como o vento, como a vida. Agora sinto que posso ultrapassar algumas barreiras que até então não tinha nem se quer pensado. Ultrapassei-me várias vezes, involuntariamente e não neguei nenhuma das vezes.

Liguei os fatos que me atormentavam e deparei com a incerteza que me acompanhava. Sonhei mais uma vez com descidas, escadas e tantas outras coisas que me deixaram pensativa. Seria um sinal? Talvez sim, talvez não. Mas, isto me deixou ansiosa. Um mal estar atravessou meu corpo e afetou minha alma que descansava levemente.

Segurei suas mãos várias vezes e me senti segura. Não queria mais voltar a uma realidade que já não sei se é real ou irreal. Será um sonho ou apenas minha imaginação fértil?

Minha alma se revelou tão frágil que beijei cada lado de sua face como um apelo. Continuei segurando suas mãos fortemente para que a segurança continuasse ao meu lado. Fui até o final do sonho e acordei com a sensação da pura verdade instalada dentro de mim.

Observei minhas mãos e elas estavam solitárias, sem as suas, elas estavam nuas. Apenas as levei até meu rosto e o cobri como um manto que aquece. Assim, o sonho passou eu me vi apenas em companhia da minha alma que sorria para mim.


Rita Padoin
 
 

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