Muitas vezes pego uma folha de papel, fico frente a frente com ela e não consigo dizer uma só palavra. Ambas se olham, se analisam e não conseguem sequer extrair de dentro delas o imaginário.
Ficamos nos olhando durante alguns segundos e não percebemos que os segundos começam a se transformar em minutos e se não nos dermos conta esses minutos se transformam em horas e nada acontece.
É estranho ficar frente a frente sem saber o que dizer. É uma sensação de incerteza, onde a certeza mostra a sua face. São as horas que vemos indo pelo ralo enquanto ficamos paradas, estáticas sem que consigamos fazer ou dizer alguma coisa.
A folha continua tão branca, que fico imaginando o que teria ela de tão especial para me dizer, já que sua palidez demonstra apenas fraqueza e desilusão.
Fico imaginando que em sua palidez, ela possa estar escondendo grandes e inúmeros pensamentos de um escritor; que escreve imaginariamente o que não quer que seja lido por ninguém.
São os seus segredos escondidos e enraizados dentro de um contexto só dele.
A caneta entre os dedos dança sem parar querendo uma posição. Sinto diante dela segurança por perceber que nada tenho a dizer.
Somente o um diálogo entre a folha e eu...
Rita Padoin
Rita Padoin
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