quarta-feira, 25 de julho de 2012

FOLHA EM BRANCO

Muitas vezes pego uma folha de papel, fico frente a frente com ela e não consigo dizer uma só palavra. Ambas se olham, se analisam e não conseguem sequer extrair de dentro delas o imaginário.

Ficamos nos olhando durante alguns segundos e não percebemos que os segundos começam a se transformar em minutos e se não nos dermos conta esses minutos se transformam em horas e nada acontece.

É estranho ficar frente a frente sem saber o que dizer. É uma sensação de incerteza, onde a certeza mostra a sua face. São as horas que vemos indo pelo ralo enquanto ficamos paradas, estáticas sem que consigamos fazer ou dizer alguma coisa.

A folha continua tão branca, que fico imaginando o que teria ela de tão especial para me dizer, já que sua palidez demonstra apenas fraqueza e desilusão.

Fico imaginando que em sua palidez, ela possa estar escondendo grandes e inúmeros pensamentos de um escritor; que escreve imaginariamente o que não quer que seja lido por ninguém.

São os seus segredos escondidos e enraizados dentro de um contexto só dele.
A caneta entre os dedos dança sem parar querendo uma posição. Sinto diante dela segurança por perceber que nada tenho a dizer.

Somente o um diálogo entre a folha e eu...

Rita Padoin

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